terça-feira, 10 de julho de 2012

A ORAÇÃO QUE DUROU CEM ANOS


FATO:
Uma Comunidade chamada Herrnhut na Saxônia, do povo Morávio,  iniciou uma “vigília de oração” em 12 de maio de 1727 que continuou sem parar por mais de cem anos.
Durante seus primeiros cinco anos de existência a comunidade mostrava poucos sinais de poder espiritual era como uma igreja fria com muito desentendimento entre seus membros devido as diversas origens religiosas entre eles. Nos primeiros meses do ano de 1727 a comunidade que tinha  cerca de 300 pessoas foi destruída por discórdias e brigas.

Nessa Comunidade tinha um homem nobre criado na riqueza mas fiel a Deus, este era o Conde Zinzendorf, ele reuniu o povo e incentivou-os a buscar a Deus em oração e concordaram em orar e trabalhar pelo avivamento. Em 12 de maio houve uma transformação no meio deles. Os cristãos foram iluminados com uma nova vida e poder, as dissensões desapareceram e os incrédulos foram convertidos.
Olhando para trás, para esse dia e para os quatro meses gloriosos que se seguiram, Zinzendorf comentou mais tarde: "O lugar inteiro representava verdadeiramente uma habitação visível de Deus entre os homens."
Um espírito de oração foi imediatamente evidente na comunhão e continuou durante todo esse "verão de ouro de 1727," como os morávios passaram a designar o período. Em 27 de agosto do mesmo ano, 24 homens e 24 mulheres concordaram em passar uma hora a cada dia em oração programada.
Alguns outros se alistaram na "intercessão de hora em hora."
"Por mais de cem anos os membros da Igreja Morávia compartilharam esse momento de oração de ‘hora em hora.’ Em casa e no exterior, em terra e em mar, este relógio de oração subiu incessantemente ao Senhor", declarou o historiador A.J Lewis.
The Memorial Days of the Renewed Cbhurch of the Brethren publicado em 1822, 95 anos após a decisão de iniciar a vigília de oração, curiosamente descreve o movimento em uma frase: "O pensamento atingiu alguns irmãos e irmãs que eles separaram algumas horas com o propósito de orarem de modo que em todas as estações do ano pode ser lembrado de sua excelência e eles seriam induzidos pelas promessas anexadas à fervente oração e o perseverante derramar de seus corações diante do Senhor."
A revista ainda cita a tipologia do Velho Testamento, como garantia para a vigília de oração: "O fogo arderá continuamente sobre o altar, não se apagará.” (Levítico 6:13), assim uma congregação é um templo do Deus vivo, onde ele tem o fogo no seu altar, a intercessão de seus santos deve incessantemente subir até ele.
Esta vigília de oração foi instituída por uma comunidade de crentes cuja média de idade era provavelmente, cerca de trinta anos. O conde Zinzendorf tinha 27.
A vigília de oração por Zinzendorf e a comunidade dos Morávios sensibilizou-os para a missão inédita de alcançar outros para Cristo. Seis meses após o início da oração, os Morávios aceitaram o desafio da ousada evangelização, visando as Índias Ocidentais, a Groenlândia, a Turquia e Lapônia. Alguns eram céticos, mas Zinzendorf persistiu. Vinte e seis morávios se adiantaram e no dia seguinte se apresentaram como voluntários para missões mundiais, onde o Senhor os chamou a ir.
As façanhas que se seguiram, são certamente numeradas entre os momentos altos da história cristã. Nada intimidou Zinzendorf e seus arautos, servos de Cristo. Nem prisão, naufrágio, perseguição, ridicularização, peste, miséria, e nem ameaças de morte. Um de seus hinos reflete sua convicção:
Embaixador de Cristo, Sabeis o caminho que dever ir?                                                                                   Ele leva para dentro das mandíbulas da morte, É cheio de espinhos e dor.
Historiadores da Igreja olham para o século XVIII e maravilham-se com o Grande Despertar da Inglaterra e da América, varreram centenas de milhares no Reino de Deus. John Wesley figurou em grande parte nesse movimento e muita atenção foi dada a ele. Através deles o curso da história foi alterado.
Uma pergunta que deve ser feita por parte dos cristãos do século XX: Devemos também orar por missões? No caso da evangelização mundial, especificamente para atingir aqueles que, nas palavras de Zinzendorf, "aqueles a quem ninguém se importa."
Ressultado:
Em 1791, 65 anos após o início dessa vigília de oração, a pequena comunidade Morávia tinha enviado 300 missionários até os confins da terra.

Um pouco da história do Conde:
Zinzendorf nasceu no ano 1700 em riqueza e nobreza. A morte de seu pai e o casamento subseqüente de sua mãe o fez ser criado pela avó e tia, cujo fervor pietista evangélico marcou seu coração para as questões espirituais. Seu ensino inicial foi reforçado por uma educação formal. Na idade de dez anos, ele foi enviado para estudar em Halle, onde se aprofundou no âmbito do ensino inspirador do grande luterano pietista August Hermann Francke. Na Universidade de Halle, Zinzendorf se uniu com outros jovens dedicados, e dessa associação surgiu a "Ordem do Grão de Mostarda", uma fraternidade cristã comprometida com amor por "toda a família humana" e para difundir o evangelho.
Seu chamado

De Halle, Zinzendorf foi para Wittenberg para estudar Direito, em preparação para uma carreira no serviço público, a única aceitável para um nobre. Mas ele estava infeliz com suas perspectivas para o futuro. Ele desejava entrar no ministério cristão, mas quebrar a tradição da família seria impensável. A decisão pesou muito em sua mente até 1719, quando um incidente durante uma turnê pela Europa mudou o curso da sua vida. 


Ao visitar uma galeria de arte, ele viu uma pintura (Homo Ecce de Domenico Feti) que mostra Cristo suportando a coroa de espinhos, com uma inscrição que dizia: "Tudo isso eu fiz por você, o que você está fazendo por mim?" Essa experiência teve um profundo impacto não só sobre a sua vocação futura, mas também em sua formação teológica e espiritual



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